Da CIO Brasil, com IDG News Service em 12/05/2017
s pesquisas sobre Inteligência Artificial avançam a um ritmo frenético e não há sinais de desaceleração nos próximos cinco anos. Só depois podemos esperar uma acomodação, com o mercado dividido entre poucos fornecedores, e a Intel está interessada em estar entre eles.
Em março, a companhia criou um Grupo de Produtos de Inteligência Artificial liderado por Naveen Rao, ex-CEO da Nervana Systems, uma startup de Deep Learning adquirida pela gigante dos processadores em 2016.
Rao vê a indústria se movendo em uma velocidade vertiginosa. "É incrível", disse ele. "Você deixa de ler a respeito por três semanas e já está desatualizado".
Faz pouco tempo, as pesquisas de Inteligência Artificial eram restritas aos laboratórios universitários. Hoje, as empresas de tecnologia têm invadido o domínio acadêmico e derrubado os obstáculos técnicos.
"Nós atingimos um conjunto de princípios fundamentais, e agora podemos realmente inovar e construir coisas realmente extraordinárias", disse ele.
Rao compara o desenvolvimento da IA ao desenvolvimento do concreto. "Levou um tempo para que os seres humanos inventassem e aperfeiçoassem o concreto, mas uma vez que isso aconteceu, todos os tipos de coisas se tornaram possíveis", argumenta.
"É por isso que eu acho que os próximos cinco ou seis anos vão ser muito, muito rápidos, e a IA vai se estabilizar nesse ponto depois de descobrirmos qual será o jogo de fato e quem são os jogadores", disse ele.
O novo grupo da Intel representa seu maior passo ainda para ser um desses líderes. O grupo reúne todas as pesquisas de hardware e software da empresa ligadas à Machine e Deep Learning e algoritmos.
Embora a companhia seja mais conhecida como uma fabricante de chips, seus esforços em IA também incluempacotes de software que ajudam os desenvolvedores a adicionar recursos IA ao hardware Intel.
Ao fazer parte do mundo do software, a Intel pretende tornar mais fácil para seus clientes a criação de sistemas baseados em IA. Isso, por sua vez, a ajudará a vender hardware.
A empresa faz algo semelhante em outras áreas de seus negócios. Uma delas está focada em carros autônomos. Os veículos usam Inteligência Artificial para tomar decisões, em segundos.
A concorrência da Intel nesses segmentos vem das grandes empresas de tecnologia do Vale do Silício. Os EUA são um dos maiores atores da IA, graças a empresas como o Google, Amazon, Microsoft e Facebook, e Rao aponta empresas menores do Canadá e do Reino Unido entre os pioneiros. Mas a China está começando a fazer sentir a sua presença.
"Eu estava na China há alguns meses, e IA lá está realmente decolando", disse ele. "A gente tem muita fome para construir esses tipos de coisas, e os conjuntos de habilidades estão se acumulando muito rápido, então eu acho que nos próximos dois anos você vai começar a ver a China ser um jogador importante".
A IA hoje
O mercado de produtos e serviços de IA crescerá para 36,8 bilhões de dólares em 2025. Hoje, gira em torno de 643,7 milhões de dólares/ano, segundo projeções da empresa de análise de mercado Tractica.
Os primeiros exemplos de uso da IA estão brotando em uma variedade de indústrias, para melhorar as operações, reduzir custos e engajar clientes.
Os bancos estão usando programas e aplicativos assistidos pela AI para melhorar a experiência on-line dos clientes, incluindo interfaces mais intuitivas, atendimento ao cliente mais eficaz e transações mais seguras. Emissores de cartões de crédito, empresas de telecomunicações e outras grandes companhias dso setor de Serviços já estão usando redes neurais para analisar dados transacionais e comportamentais, procurando padrões que indiquem fraude ou capacidade de pagamento para a oferta de crédito.
Os veículos autônomos requerem um monte de sensores para perceber com precisão e responder ao seu ambiente em tempo real. Os fabricantes de automóveis processam dados coletados dos sensores para construir e ajustar os modelos preditivos que orientam essas decisões em tempo real, como agir adequadamente em uma zona de construção ou travar para evitar um obstáculo. BMW, Google, Toyota e Tesla estão entre as empresas que têm investido milhões de dólares para desenvolver veículos autônomos, muitos dos quais já estão na estrada.
Os passageiros precisarão confiar suas vidas à inteligência artificial (AI) que está pilotando o carro. Para minimizar o risco de acidentes, os fabricantes de carros precisarão garantir que os veículos autônomos sejam capazes de se comunicar uns com os outros, reconhecendo seus entornos, se adaptando a condições climáticas desafiadoras, recebendo atualizações em tempo real dos mapas e bloqueando os ataques cibernéticos.
Muito do trabalho que a Intel tem feito na área de carros autônomos também pode ser aplicado ao segmento industrial. AI, aprendizagem de máquina, reconhecimento de imagem, posicionamento preciso, sensores conectados e comunicação entre máquinas podem ser usados para melhorar o desempenho das fábricas. Já estamos vendo a migração rumo a processos automatizados e transporte robótico de materiais, bem como manutenção preditiva e adaptativa – tudo isso impulsionado pelos avanços na computação de alto desempenho, Big Data e IoT.
"Os dados são o elemento comum em todas estas aplicações e nossa estratégia é transformar Intel em uma empresa capaz de prover soluções para criar, mover, armazenar, processar, analisar e gerenciar enormes quantidades de dados gerados a cada minuto", explica Rao.
A inferência de dados (encontrar uma estrutura útil para a informação) é o maior problema do computador de nossa era. Por esta razão, a IA é tão importante.
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