quinta-feira, 18 de maio de 2017

A revolução do Microsoft Power BI

Por Luciano Canal.
Em 17/05/2017 no site Profissionais TI.

Uma experiência com a plataforma que levou a Microsoft de competidora a líder do mercado de Business Intelligence e Analytics em apenas 2 anos.
No período entre 2010 e 2015, com o surgimento de empresas ditas “disruptivas”, em especial Qlik e Tableau, o mercado de Business Intelligence (BI) precisou se reinventar. Grandes e caros projetos de BI deram lugar a pequenos projetos com entregas mais rápidas.
Desde 2016, porém, o Power BI vem provocando uma nova onda, massificando o uso do BI. Não é por nada que a Microsoft posiciona o Power BI como um componente do Office, vislumbrando os seus 1 bilhão de usuários. Na visão deles, cada usuário de Office pode ter o seu próprio BI facilmente, e sem depender do departamento de TI.
Esta estratégia, aliada a funcionalidades que destaco a seguir, fez a Microsoft saltar de competidora a líder absoluta de mercado, de acordo com o Gartner:
2015 Gartner Magic Quadrant
2015 Gartner Magic Quadrant

2017 Gartner Magic Quadrant
2017 Gartner Magic Quadrant
A realidade, porém, é que a maioria absoluta das empresas possui dezenas ou até centenas de planilhas eletrônicas espalhadas pelas contas dos usuários, muitas vezes com dados desatualizados, resultando em “mais de uma verdade”, expondo o risco de uma decisão baseada em informações incorretas. Os CIOs frequentemente sofrem dores de cabeça com este descontrole da informação.
Então, se cada um tiver o seu próprio BI, onde isto vai parar? Já no primeiro contato com as versões recentes do Power BI, surgem algumas dúvidas:
  • Como uma ferramenta que se propõe a fornecer um BI para todos vai respeitar as necessidades de Compliance e Segurança das Empresas?
  • Como faço para criar um BI Corporativo, com uma única verdade?
  • Por ser um sistema em Cloud, como será a performance?
  • Ele permitirá uma análise de dados mais avançada, ou trata-se somente de um Excel melhorado?
  • Será que este custo de licenciamento que promete ser baixo inicialmente, não crescerá demasiadamente no futuro? 
O Power BI responde satisfatoriamente a todas estas perguntas. Ele possui alguns atributos que o diferenciam em relação aos concorrentes:

Custo-benefício

Qualquer um pode criar uma conta e utilizar o Power BI gratuitamente, e por tempo indeterminado. A versão Pro, que permite atualizações de dados automaticamente, custa cerca de 10 dólares por mês, por usuário. Não existe compra de licenças e não é necessário investir em servidores. Desconheço concorrentes com oferta semelhante.

Facilidade de uso

Não podemos negar que a Microsoft é mestre em interface do usuário e facilidade de uso. Com o Power BI não é diferente, o sistema é amigável e recheado de documentação.
A experiência de uso do Power BI Desktop, que é a ferramenta de desenvolvimento, é semelhante ao Excel. Um bom usuário de Excel, se tiver os dados disponíveis, não terá dificuldades em criar Relatórios e Painéis de média complexidade.
A visualização dos dados pelos usuários finais é intuitiva e pode ser feita via Browser ou Aplicativo Mobile. A própria página de ajuda oferece um guia de aprendizagem orientada com vídeos, muito fácil e útil.

Performance

Por trabalhar com os dados em memória, o Power BI Desktop exige uma boa configuração da máquina do usuário desenvolvedor dos Painéis e Relatórios.
Para os demais usuários, que visualizam os dados, é possível perceber toda a capacidade de processamento da plataforma em nuvem, apresentando os dados com uma performance excelente. Em nosso projeto há relatórios baseados em tabelas com 3 milhões de registros, que apresentam dados em tempo semelhante ao on-premise.

O poder do DAX e integração com o R

DAX (Data Analysis Expressions) é uma linguagem de fórmulas que permite definir cálculos personalizados e criar tabelas/colunas calculadas, com um formato semelhante às fórmulas do Excel. Ela adiciona ao Power BI a capacidade de realizar análises complexas muito facilmente, como por exemplo a criação de tabelas calculadas com dados sumarizados, comparação de diferentes períodos no mesmo gráfico e alteração de contexto dos filtros.
R é uma linguagem aberta para cálculos estatísticos e gráficos, que integrada ao Power BI oferece a possibilidade de criar analises preditivas. Esta, porém, não é uma particularidade do Power BI, já que outras plataformas de BI também possuem integração com o R.
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Biblioteca de Visuais

Além dos próprios componentes visuais criados pela Microsoft, a plataforma é aberta para que desenvolvedores criem novos elementos visuais, enriquecendo em muito a atratividade de seus Relatórios e Painéis.
Na biblioteca do Office 365 (https://store.office.com) já existe uma relação de componentes adicionais que podem ser baixados gratuitamente.

Conectividade

A variedade de fontes de dados para o Power BI é muito grande. Além dos Bancos de Dados normalmente utilizados, existem conectores prontos com muitos outros sistemas em Nuvem, como Google Analytics, Quick Books, Salesforce etc.
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Q&A

Apesar de não estar totalmente traduzido para o português, a função Q&A (Query & Answer) é uma ferramenta muito poderosa, permitindo ao usuário realizar perguntas sobre os dados em linguagem natural, como por exemplo: “Venda por Representantes nos últimos 2 meses”.
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Atualizações

Quem usa o Power BI pode perceber que a Microsoft investe pesado na plataforma. As atualizações de versão são quase mensais, e constantemente surgem novas funcionalidades, visuais e conexões com novas fontes. Há um banco de idéias, onde as mais votadas são avaliadas e possivelmente implementadas pela equipe de desenvolvimento. Torna-se até difícil acompanhar tantas mudanças.

Muito legal, mas como começo meu projeto?

Baseado em minha experiência, deixo algumas dicas fundamentais para um projeto de Power BI bem sucedido.
  1. Conheça os seus dados
    O Power BI é um quadro em branco. O trabalho de criar um bom Data Warehouse para análise dos dados é o pilar para a criação de boas análises. Envolve conhecer o que se precisa mostrar, e entender muito bem onde e como estão armazenados estes dados.
  2. Comece pequeno, mas pense a longo prazo
    Seu primeiro projeto deve ter um escopo pequeno e bem definido, para que seja entregue rapidamente. Não dá para começar um projeto querendo mostrar todas as informações da empresa.
    Uma vez que sua primeira entrega foi realizada, você já terá uma fila de novas demandas por informações, e a criação de Painéis e Relatórios passa a ser contínua.
  3. Encontre um parceiro com experiência
    É perfeitamente possível realizar um projeto pesquisando a vasta documentação disponível, mas a não ser que você tenha muito tempo disponível, um bom parceiro é uma excelente economia de tempo.
    No Power BI, em muitas situações, existem diversas maneiras de chegar a um objetivo. Alguém com experiência evita que você tome caminhos errados.
  4. Busque o apoio da diretoria
    A máxima é bastante óbvia e válida para todos os projetos de tecnologia. Mas no caso de um BI isto é especialmente importante, já que a própria direção é o usuário. Sem apoio, o risco de seu projeto nascer e simplesmente não ser utilizado aumenta muito.
  5. Forme usuários multiplicadoresCom o crescimento da utilização, não será mais possível atender às dúvidas e demandas de todos. Usuários que conhecem mais profundamente o sistema serão grandes aliados para ajudar os colegas a explorarem todos os recursos.
Concluindo, o Power BI é uma ferramenta inovadora, recheada de funcionalidades e a um custo muito acessível. Com estes atributos, ele muito provavelmente conseguirá atingir seu objetivo de oferecer um “BI para todos”.

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