sexta-feira, 17 de março de 2017

Mas afinal, o que faz um Analista de Negócios?

por Nathália Teixeira
16/03/2017 em Blog Lambda3

Durante minhas experiências como Analista Negócios e buscas por oportunidades na função, encontrei diversas vagas mencionando a mesma frase: Ser a ponte entre a TI e as áreas de negócios para entender as necessidades junto aos stakeholders. Mas sempre achei que essa seria uma visão muito limitada de um profissional que tem um papel tão importante.
Então consultando o pai dos AN (nosso apelido carinhoso), o BABOK (Business Analysis Body of Knowledge), temos a seguinte definição:
"Analise de Negócios é o conjunto de atividades e técnicas utilizadas para servir como ligação entre as partes interessadas, no intuito de compreender a estrutura, politicas e operações de uma organização e para recomendar soluções que permitam que a organização alcance suas metas".
Dessa forma entendo que o Analista de Negócios não apenas deve ser uma pessoa que irá entender os requisitos e documentá-los de forma técnica, ou apenas repassar as informações de um projeto para a área de TI, ou ainda entender duvidas da equipe de TI com a área de negócio para dar continuidade ao projeto.
O Analista de Negócios é responsável por entender as reais necessidades de todos os interessados, contribuir com idéias e soluções que permitam com que os objetivos da organização/projeto/produto sejam atingidos, atuar como um facilitador na comunicação para que seja clara e efetiva entre todos os envolvidos.
Como características ou habilidades importantes para desempenhar esse papel gostaria de citar algumas que considero fundamentais e obviamente já me cobraram:
- Entender o todo: em muitos casos vejo posições para Analistas de Negócios que são especialistas em determinado assunto, mas é uma característica fundamental entender o processo como um todo, entender quais são as entradas, processamentos e saídas, entender o que o resultado dessas ações significam. E pra isso é importante ter um contato com as pessoas de negócio através de entrevistas com usuários, brainstorming, caso tenha,  ler alguma documentação prévia
- Pensar como o cliente/usuário: é muito difícil propor uma ideia ou solução sem dominar o assunto. E quando não dominar o assunto, peça para que a pessoa que executa o processo explique como funciona e a partir daí ofereça o seu ponto de vista. As pessoas da área de negócio não tem conhecimento em TI normalmente e pra elas sempre fica aquela velha e nada querida impressão de "era só incluir um botão na tela".
- Determinar o que realmente é valido: no contato com as áreas de negócio, nem sempre todas as opiniões serão válidas e levarão ao exito do projeto/produto. Esse é um dos principais pontos para haja sucesso na função, saber determinar o que são desejos e o que realmente são necessidades para se alcançar o objetivo comum a todos. Aqui é onde o saber dizer "NÃO" irá determinar sua eficiência nesse papel.
- Uso de exemplos reais: Não encha linguiça, sem blá blá blá desnecessário. Crie protótipos, desenhe casos de uso e processos, simule resultados, estimule a colaboração de todos pois todas as opiniões devem ser analisadas.
- Evite desperdício: como parte dos entregáveis da Analise de Negócio pode existir diversos documentos, mas verifique a real necessidade de entregá-los para que não seja investido tempo em algo que não será reaproveitado.
Nessa hora pode surgir uma dúvida: E agora, quem deve ser o Analista de Negócios?

Pessoalmente, acredito que achar que a única pessoa que pode desenvolver esse papel é o Analista de Negócios é um conceito limitante. Muitos que se tornaram AN foram/são Analistas de Sistemas, Analistas de Processos, Analistas de Requisitos, Donos de Produto e dessa maneira a formação do Analista de Negócios não é determinante, o que realmente vale é utilizar as técnicas da analise de negócios e contribuir para que as entregas tenham valor, bem como qualidade.
Por fim, gostaria de acrescentar algumas áreas de conhecimento que podem contribuir para um bom desempenho nas atividades de analise de negócio são gestão de projetos, desenho de processos, noções de usabilidade e experiência do usuário

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