Por Gerardo Dada *
Publicada em 02 de junho de 2017 no site CIO
A maioria dos profissionais de TI quer o mínimo de mudança possível. Afinal de contas, o objetivo principal é garantir de que os aplicativos sejam executados com bom desempenho. Normalmente, menos mudança equivale a mais estabilidade. O mantra costuma ser "em time que está ganhando não se mexe".
No entanto, a vida dos administradores de bancos de dados (DBAs), queiram eles ou não, está repleta de mudanças, incluindo grandes evoluções que afetam cada departamento de TI. Com tantas mudanças e variáveis, a velha fórmula da descoberta (tentativa e erro) não funciona mais. O que os DBAs e todos os profissionais de TI precisam, e o que a empresa espera da TI, é a garantia do desempenho.
Principais mudanças que afetam DBAs e bancos de dados
1 - Virtualização e nuvem
Durante anos, os DBAs resistiram à migração para ambientes virtualizados devido à incerteza quanto a como seria o desempenho de um servidor de banco de dados em uma máquina virtual (VM). Não havia certeza quanto ao desempenho. Mas hoje, 80% dos bancos de dados estão sendo executados em ambientes virtuais. E agora que eles estão em ambientes dinâmicos na nuvem, o desempenho pode sofrer alterações a qualquer momento: Seu vizinho é barulhento? Um administrador pode migrar o banco de dados para outra VM e assim por diante.
2 - Evolução do armazenamento
Os sistemas de armazenamento estão em evolução: flash, compactação, sistemas hiperconvergentes e armazenamento inteligente que gera camadas dinamicamente ou a frio (o software altera dinamicamente o sistema de armazenamento subjacente com base no comportamento observado) estão todos crescendo em termos de implementação.
3 - Impulso rumo ao desenvolvimento contínuo
O desenvolvimento contínuo (que implica em mudanças contínuas do código dos aplicativos, até várias vezes por dia) está se tornando uma prática mais comum, estimulada, em parte, pela adoção da cultura de DevOps. Essas mudanças se somam a tudo o que pode e vai mudar no banco de dados propriamente dito.
4 - Correlação direta entre desempenho e custo
À medida que essas e outras mudanças principais levam a um ambiente dinâmico definido por software, surge mais uma nova consideração: a correlação direta entre desempenho e custo, que se torna mais evidente em ambientes onde o pagamento é calculado de acordo com o consumo. Um desempenho mais baixo costuma resultar no provisionamento de mais hardware, ou de hardware mais rápido, o que implica em um custo mais alto.
Garantindo o desempenho
Como um DBA pode garantir o desempenho no panorama tecnológico dinâmico de hoje? Aqui estão algumas ideias:
1 - Adotar o desempenho como disciplina
O tempo de atividade deixou de ser a métrica principal da qualidade de trabalho para se tornar uma premissa. As novas metas consistem no desempenho e na experiência do usuário. Agora, as perguntas devem ser: que velocidade podemos imprimir ao sistema? Com que frequência as equipes conversam sobre desempenho? Com que ferramentas contamos para entender e melhorar o desempenho? É uma questão de proatividade.
2 - Adote uma mentalidade de análise do tempo de espera
O foco deve mudar das simples métricas de recursos para o tempo – o tempo gasto com cada processo, consulta, estado de espera e a influência no tempo por parte do armazenamento (E/S e latência), da rede e de outros componentes que prestam suporte ao banco de dados e ao aplicativo. A metodologia básica para entender o desempenho de um banco de dados é a análise do tempo de espera.
3 - Estabeleça parâmetros de comparação e linhas de base
É importante definir as principais métricas a serem observadas, idealmente centradas no aplicativo, no usuário final e no rendimento. Linhas de base estatísticas ajudam a entender o que é normal e como/quando ocorrem alterações no desempenho. Alertas baseados em linhas de base, que por sua vez se baseiam em métricas relevantes, permitem ao DBA concentrar-se no que realmente importa. Ferramentas que permitem uma visão retrospectiva e a comparação do desempenho se tornam extremamente úteis.
4 - Entenda a contribuição para o desempenho de cada componente
Antes de passar para um hardware mais rápido ou para o provisionamento de mais recursos, é preciso entender a contribuição para o desempenho de cada componente e de cada etapa realizada pelo banco de dados para responder a uma consulta, o que indica a contribuição potencial para melhorar o desempenho.
5 - Transforme-se no guru do desempenho
Conhecimento é poder. Com a mudança da TI rumo ao desempenho, aquele que entende melhor o desempenho, o que o impulsiona e como melhorá-lo se torna rapidamente mais valioso para a organização.
6 - Retorne e crie relatórios
Os DBAs devem elaborar relatórios semanais ou mensais de desempenho e se apropriar das melhorias de desempenho e economias de custos resultantes de hardware recuperado e investimentos postergados. Devem relatar o impacto no desempenho e o aprimoramento (ou não) de cada componente da infraestrutura.
7 - Planeje as alterações ao desempenho
O DBA saberá quando atingiu a garantia de desempenho e se tornou um guru no assunto no momento em que for capaz de prever com precisão o desempenho dos aplicativos antes das mudanças e conduzir a organização rumo a um melhor desempenho.
Conclusão
Hoje, independentemente do cargo que se tenha na TI, tudo gira em torno dos aplicativos. Isso é especialmente verdadeiro para os DBAs, que devem ser proativos quando se trata de desempenho. A certeza do desempenho – quando você sabe como um sistema desempenhará e como melhorá-lo – logo se tornará indispensável para o trabalho.
(*) Gerardo Dada é vice-presidente de marketing de produtos da SolarWinds
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