quinta-feira, 13 de julho de 2017

A criptomoeda de Silicon Valley chega a Lisboa

Em 12/07/2017

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efconsulting

Criado por Justin Wu, um norte-americano a viver em Portugal, e por Fernando Moreira, o fundador da Angry Ventures, o Etherify é o primeiro Blockchain Venture Studio “made in Portugal”. O conceito inovador importa conhecimento dos principais polos tecnológicos do mundo e vai buscar a Silicon Valley, Dubai, Nova Iorque, Londres e Singapura a inspiração para educar, inovar e desenvolver produtos com base em Blockchain.
Numa fase inicial, a empresa dedicar-se-á maioritariamente à educação. “Em Portugal, existe ainda uma comunidade muito reduzida de pessoas que realmente sabem o que é o Blockchain. A grande maioria das empresas ainda não acordou para esta realidade e é por isso que o primeiro passo deve ser educar”, afirma Justin Wu.
Apesar do lado educativo, a empresa não esconde a vontade de acompanhar processos de inovação e de ajudar estas empresas a lançar projetos inovadores. “Para já, o foco é chamar a atenção para as potencialidades do Ethereum, mas no futuro gostávamos muito de ser parceiros destas empresas e trabalhar em conjunto”, complementa Fernando Moreira.
Ainda que recente, o lançamento tem chamado a atenção de possíveis investidores. “Temos recebido bastantes contactos de pessoas que têm projetos ou que apenas querem saber mais”, conta Justin Wu.
Nesta fase inicial, o objetivo será entrar em contacto com empresas de grande dimensão de áreas como a banca, fintech ou inovação. Na perspetiva de Fernando Moreira, são estas as que mais têm a ganhar com a aposta no Ethereum, apesar de todas as áreas poderem ser impactadas pelo poder do Blockchain.

Mas, o que é o Ethereum? E o Blockchain?
Com uma valorização galopante, o Ethereum é apontado pelos especialistas como a unidade monetária do futuro. O conceito abre as portas para a “Internet of Agreements”, onde qualquer pessoa ou entidade pode contratar outra de forma automática e sem intermediários. Esta possível realidade faz antever uma mudança drástica nas dinâmicas económicas e sociais: além de poupar tempo e dinheiro, o Blockchain permitirá que a “Internet of Things” se concretize em grande escala, mecanizando a economia.
A moeda digital, o Ether, existe online, recorrendo ao Blockchain, uma rede de computadores ligados entre si sem que sejam necessários servidores. Sempre que existe uma alteração no Blockchain, um protocolo de validação é gerado e distribuído por toda a rede, garantindo a precisão da informação sem que sejam necessários intermediários, como por exemplo entidades bancárias, tecnológicas ou governamentais. É neste ecossistema que existe o Ether, moeda digital sem fronteiras e cujo valor é muito superior ao euro (1 ether corresponde a cerca de 300 euros).
Quais as principais vantagens do Blockchain?
Como principal vantagem o Blockchain propõe-se a terminar com os intermediários. Todas as operações ou transferências (monetárias ou de informação) são feitas diretamente no Blockchain, sem que sejam necessárias taxas associadas. A total integração do sistema, permitirá também a partilha de informação por parte de diferentes serviços. Imagine, por exemplo, um cenário em que a reputação positiva numa plataforma de compras poderá ser utilizada para atestar a sua fiabilidade noutra plataforma completamente distinta.
Apesar de todas as vantagens, uma coisa é certa: a nova realidade trará desafios para empresas e governos. Em Silicon Valley já são várias as empresas a aceitar pagamentos em Ether. Do ponto de vista governamental, o Dubai é pioneiro: este ano, foi anunciado um programa que visa espalhar o Blockchain pela cidade. Neste último caso, o objetivo é substituir a documentação física por documentos inteligentes. Desta forma, será possível reduzir a carga processual, aumentando, em simultâneo, a segurança dos dados.

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