quarta-feira, 28 de junho de 2017

Inteligência Artificial exige um novo perfil de CIO


Saber trabalhar em um modelo menos hierárquico e entender de IA são dois pontos essenciais; em 48% das empresas falta alinhamento estratégico da força de trabalho com as inovações
A inteligência artificial, aos poucos, desenha um novo caminho para as empresas e pode ser usada e otimizada para diversas aplicações. Perspectivas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, mostram que, até 2050, a inteligência das máquinas vai se equipar à de humanos. Mas ainda há um longo caminho a percorrer para que as empresas brasileiras estejam preparadas para lidar de maneira benéfica com a tecnologia, como aponta o relatório The Future of Jobs: Employment, Skills and Workforce Strategy for the Fourth Industrial Revolution (O Futuro do trabalho: emprego, habilidades e estratégia da força de trabalho para a quarta Revolução Industrial, em tradução livre), realizado pelo Fórum Econômico Mundial.
De acordo com o levantamento, entre as barreiras encontradas pelas companhias estão a incompreensão das disrupções que já estão surgindo (55%), a falta de alinhamento estratégico da força de trabalho das empresas com as inovações (48%) e, como reflexo da crise econômica, a pressão dos acionistas pela rentabilidade de curto prazo (48%).
Para mudar esse cenário, dois pontos são essenciais:

1.  Entender o potencial da tecnologia
“Para se preparar, as empresas devem entender, primeiro, do que a IA é capaz e como pode ser usada para, assim, identificar os tipos de serviços e atividades que a tecnologia pode substituir e quais serão os impactos desse novo modelo de negócio”, explica Wagner Sanchez, especialista em engenharia de software e diretor acadêmico da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap).
Isso porque, a proposta da inteligência artificial é que, com o tempo, o sistema aprenda mais sobre interações, até então exclusivas às pessoas, e automatize o processos. Por exemplo, nas instituições bancárias auxilia na extração e estudo de imagens em ATMs (caixa eletrônicos), detectando atitudes suspeitas; no setor de seguros, analisa fotos de veículos acidentados, identificando as partes do carro que foram afetadas e o grau de dano; e, na área militar, embutida em drones armados, chega a tomar decisões sobre efetuar ataques. “A IA se tornou uma das principais ferramentas para enfrentar os grandes problemas do mundo e encontrar soluções nunca antes pensadas”, afirma Sanchez.
  1. Tornar o CIO mais estratégico
    O profissional de TI deve redobrar a atenção sobre as tendências de tecnologia, com o acompanhamento frequente das evoluções de IA dentro – e fora – de segmento de seu negócio. “Um dos grandes papéis do CIO é a capacidade de diferenciar soluções temporárias das que, realmente, trarão diferencial competitivo e solidez para a empresa”, explica Sanchez. Para isso, algumas habilidades se tornam necessárias, como mostra o consultor Cezar Taurion, sócio e head de transformação digital da Kick Ventures:
  • Inteligência social: capacidade de se conectar com outras áreas de uma maneira profunda e direta, de sentir e estimular reações e interações desejadas;
  • Pensamento adaptável: proficiência em pensar e chegar com soluções e respostas que vão além das rotineiras ou que obedeçam a regras básicas;
  • Habilidade com a nova tecnologia: entender as peculiaridades da inteligência artificial e saber trabalhar em um modelo menos hierárquico e mais adaptável
  • Pensamento computacional: habilidade de traduzir grandes quantidades de dados em conceitos abstratos;
  • Colaboração virtual, saber trabalhar de forma produtiva e marcar presença como membro de uma equipe virtual.
“Com um novo modelo organizacional, surgem novas relações entre empresa e pessoas, e naturalmente, um novo RH e, claro, um novo CIO”, completa Taurion.

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