quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Os 12 cargos de TI mais difíceis de serem preenchidos nas empresas

Sharon Florentine, CIO (EUA) em 24/02/2020

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Foto: Shutterstock

Com a chegada de uma nova década, os CIOs estão assumindo maior responsabilidade por tarefas estratégicas de negócios, incluindo aquelas relacionadas à segurança cibernética, ciência e análise de dados e aprendizado de máquina e inteligência artificial. Com essa maior responsabilidade, surgem desafios operacionais - incluindo o recrutamento e a contratação de talentos com as competências necessárias para avançar nas iniciativas estratégicas.
A pesquisa da CIO (EUA), que entrevistou 679 diretores de TI e 250 líderes de TI de linha de negócios, revelou que aumentar a eficiência operacional e melhorar a experiência do cliente são as iniciativas mais importantes que impulsionarão o investimento em TI neste ano. Essas prioridades foram citadas por 37% e 35% dos líderes de TI, respectivamente. Aumentar as proteções de segurança cibernética (33%), transformar os processos de negócios (30%) e melhorar a lucratividade (24%) também integram a lista de prioridades.
Essas mudanças estão ditando novas demandas por talentos. O que permanece o mesmo, no entanto, é que a competição por profissionais qualificados continua aumentando, principalmente em áreas como cibersegurança, segundo John McKnight, vice-presidente executivo de serviços de pesquisa do Enterprise Strategy Group.
Embora a ciência e a análise de dados permaneçam escassas, as habilidades em cibersegurança ocuparam o primeiro lugar na pesquisa deste ano, com 39% dos líderes de TI prevendo dificuldade em encontrar talentos neste ano, ante 33% em 2019. Outras mudanças notáveis: o design thinking, o DevOps e as habilidades ágeis são todos percebidos como desafios crescentes para contratação no próximo ano, em parte por conta da abordagem de concentração em produto e cliente.

Confira as 12 áreas que serão mais desafiadoras para encontrar talentos em 2020:
  • Cibersegurança: 39%
  • Ciência de dados / análise: 35%
  • IA / aprendizado de máquina / RPA: 31%
  • Serviços / integração em nuvem: 18%
  • Tecnologias herdadas: 18%
  • DevOps / DevSecOps / processos ágeis: 17%
  • Internet das coisas: 17%
  • Arquitetura em nuvem: 16%
  • Design thinking / UX: 16%
  • Engenharia de software: 15%
  • Desenvolvimento de aplicativos: 15%
  • Gerenciamento multi cloud: 15%

A importância da flexibilidade e da experiência dos funcionários

A segurança continua sendo uma prioridade crítica para os CIOs, ressalta Meerah Rajavel, CIO da Citrix. Isso ocorre porque, em um mundo de nuvens híbridas, trabalho remoto, BYOD e outras tecnologias que ampliam os limites da rede de uma empresa, são necessários mais recursos para garantir que as redes, dados e ativos permaneçam protegidos.
"É difícil encontrar candidatos de alta qualidade nas áreas de segurança, design thinking e experiência do usuário, ciência de dados e análise", diz Rajavel. “Quando se trata de design thinking, o paradigma está mudando do pensamento centrado no usuário para o pensamento humano mais máquina. Isso requer que os designers sejam versados ​​com as construções da possibilidade de inteligência artificial e aprendizado de máquina e análise, além da experiência do usuário em seu processo de design de fluxo de trabalho. E essa é uma habilidade que não está amplamente disponível.”
Para ajudar a preencher essas funções, a Citrix tem procurado além dos principais centros de tecnologia e está permitindo um trabalho mais flexível e remoto, segundo Rajavel, além de oferecer salários e benefícios competitivos e uma cultura positiva e diversificada.
“Analisamos a experiência dos funcionários como todas as interações que ele mantém com a empresa durante toda a sua carreira conosco - a partir do momento em que se interessa por uma função. Nós nos esforçamos para criar um ambiente positivo onde as pessoas possam estar e fazer o seu melhor”, acrescenta.

Encontrar 'agentes livres'

A NTT Data Services também está sentindo o aperto quando se trata de habilidades de segurança. Mas a empresa de gerenciamento de serviços de TI também está encontrando dificuldades para obter talentos em experiência do cliente.
"A segurança é incrivelmente desafiadora para empresas globais por conta das complexidades e diferentes regulamentos", explica o CIO Barry Shurkey.
Para ajudar a preencher essas funções, a NTT Data Services está olhando para dentro, trabalhando com um aplicativo que permite que os funcionários descubram oportunidades em toda a empresa e se candidatem para essas funções. Tudo faz parte de um esforço para ajudar a promover talentos já existentes.

O poder da inclusão e do aumento de qualificação

Cientistas de dados, engenheiros de dados, profissionais de segurança e desenvolvedores são as funções mais desafiadoras para James McGlennon, vice-presidente executivo e CIO do Liberty Mutual Insurance Group.
O ditado de que "toda empresa é uma empresa de tecnologia" significa que as funções técnicas são consideradas mais críticas do que nunca, apesar da falta de talento. Com uma concorrência tão acirrada por recursos limitados, McGlennon está se concentrando no recrutamento e contratação de uma ampla variedade de experiências e perspectivas para ajudar a preencher essas posições. E ele está apoiando essa abordagem, oferecendo amplas oportunidades de aprimoramento e capacitação.
“Não consigo pensar em um único aspecto de nossos negócios em que a tecnologia não esteja se tornando o principal mecanismo de crescimento, e nosso pessoal é essencial para entendermos nossos clientes, fornecermos um melhor serviço e competirmos.”
McGlennon acredita que atrair candidatos com uma ampla gama de experiências e perspectivas pode criar um ambiente de trabalho aberto e inclusivo - o que é necessário para obter sucesso nos próximos anos.
Para preencher as lacunas de competências, o Liberty Mutual oferece uma variedade de programas, incluindo módulos de aprendizado on-line, conferências e reuniões, aprendizado em sala de aula e opções imersivas para aperfeiçoamento. Além disso, a companhia patrocina e participa de diversas conferências e eventos de TI para se conectar e recrutar talentos em potencial.

Aliviando a pressão com a tecnologia

Na BMC Software, o CIO Scott Crowder está usando a automação para ajudar a aliviar a pressão para preencher determinadas funções de TI, especialmente na área de big data e ciência de dados.
"Estamos tentando desenvolver e usar nossas plataformas de tecnologia e serviços para minimizar a necessidade desses tipos de funções", revela Crowder. "Com os recursos em constante evolução ​​e o aumento do uso da tecnologia para criar, analisar e visualizar esses modelos de dados, isso nos dá uma margem para lidar com as dificuldades pela falta de talentos com essas habilidades."
Embora Crowder reconheça a necessidade de os seres humanos interpretarem e coletarem dados, é possível ajudar os profissionais, "desviando parte do trabalho para a tecnologia", especialmente onde a automação pode ser implantada.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Estes são sinais de que a TI irá afundar (e as formas como resolver isso)


Por Stacy Collett em 13/02/2020 no site CIO

Foto: Shutterstock

O papel da TI está evoluindo, mas a transformação digital trouxe uma nova série de responsabilidades e crenças que podem levar a uma total disfunção da própria TI. Com uma explosão de novas iniciativas, a necessidade de produzir mais rapidamente, a constante interação com os negócios, gerenciar ambientes de cloud de terceiros ao invés dos tradicionais data centers - com tanto sobrecarregando a TI, não é de se estranhar que a tensão organizacional e os desafios têm aumentado.
Para alguns analistas da indústria, as raízes para essa possível disfunção de hoje podem ser encontradas nos silos remanescentes
nos negócios, estruturas organizacionais que medem o desempenho verticalmente - e não horizontalmente - e a falta de vontade de colaborar, que é fundamental para uma estratégia digital compartilhada em toda a empresa.
Muitas organizações optam por simplesmente aceitar a cooperar, diz Troy DuMoulin, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento da Pink Elephant, uma empresa global de consultoria e treinamento em gerenciamento de mudanças de TI. Para ele, há uma diferença entre cooperar e colaborar quando se fala em ambientes corporativos e trabalho em equipe.
“Colaborar significa que você e eu compartilhamos objetivos, valores, métodos e medidas pelos quais nos responsabilizamos. Cooperar não significa nada disso”, diz DuMoulin. “Nossa cultura de pensamento em silos realmente se concentra em cooperar como o melhor cenário. A colaboração não está à distância. Nossas estruturas, nossos incentivos, nossas estruturas de gerenciamento de desempenho - eles orientam as pessoas a cuidar de suas próprias equipes.”

Abaixo, CIOs e analistas do setor analisam esses e outros sinais reveladores da disfunção da TI e oferecem conselhos sobre como corrigir esses problemas antes que inviabilizem iniciativas transformadoras.

Quando os projetos não são rápidos o suficiente

As organizações de TI desejam avançar rapidamente, pulando de um projeto para o próximo. Mas esses geralmente não são os projetos da lista de prioridades da estratégia digital da empresa, ou aquele com o melhor ROI (retorno sobre investimento) ou ainda aquele que fortalecerá a organização. No final do dia, a direção vem do departamento que fala mais alto.
"Você tem essa pressão por velocidade, mas não podemos conquistar tudo rapidamente, a menos que todos sigam rápido na mesma direção. Todos têm um senso diferente de priorização ”, diz DuMoulin.
As equipes ágeis estão interagindo rapidamente com as unidades de negócios. Mas quando é hora de expandir a empresa, essa colaboração em pequenos grupos não é suficiente. O DevOps foi criado para ajudar a resolver esse problema, reunindo todas as partes do processo com foco na colaboração, cultura e formação de equipes. "Mas muitas organizações que estão realmente usando o DevOps não se concentram nos problemas culturais e organizacionais em que abordaram, preferindo focar nos elementos de automação da integração, teste e implantação contínuos", diz DuMoulin.

Gerentes de negócios e suas altas expectativas para a TI

Após anos liderando a Colliers International através de sua transformação digital e lidando com a pressão para criar rapidamente novas soluções de negócios, o CIO Mihai Strusievici afirmou ter enfrentado críticas injustas. Os líderes empresariais ficaram frustrados com o que consideraram ideias cruas. “Nossos parceiros de negócios podem ter expectativas de que, se você cria aplicativos rapidamente, você também acertará na primeira tentativa”, diz Strusievici.
Na realidade, um aplicativo bem-sucedido requer muitas iterações antes de poder ser lançado. É apenas um exemplo de como os gerentes de negócios podem desenvolver uma opinião distorcida sobre a TI, que, se não for resolvida, pode resultar no desligamento da TI das operações comerciais.

A área de negócios manipula a TI

Se a empresa tem uma opinião questionável da TI, eles sentem que podem manipulá-la. Um sinal clássico de disfunção aparece quando o time de negócios, ao se deparar com um 'não', geralmente continua a insistir até conseguir um 'sim'.
"É o velho ditado de manipular e conquistar", diz Nimesh Mehta, CIO da empresa de serviços financeiros National Life Group. "Uma equipe disfuncional não tem um senso de visão ou prioridades para guiá-los, o que leva a uma tomada de decisão ineficaz e desarticulada. Isso acaba em falha de execução no centro. ”

Moral baixa, alto estresse ou brigas na equipe

Grandes problemas geralmente começam com questões, digamos, mais sutis - prazos perdidos, execução desleixada, projetos abaixo da média. "Mas esses problemas relativamente pequenos podem se manifestar rapidamente em desafios mais significativos, dos quais podem ser muito mais difícil se recuperar", como a rotatividade contínua ou uma grande falha de TI, diz Steve Haindl, vice-presidente executivo de tecnologia e inovação da Holman Enterprises.
Essa moral baixa pode ser atribuída às muitas funções que a TI deve assumir, mas também pode vir de estruturas de desempenho que não estão alinhadas com suas muitas responsabilidades, diz DuMoulin. A equipe de TI geralmente assume três funções: executa a tarefa funcional de TI, as tarefas de projeto atribuídas a ela e participa de equipes multifuncionais com outras áreas da organização. Seu desempenho, no entanto, baseia-se principalmente, "e às vezes apenas nas tarefas funcionais, onde passam apenas um terço do tempo", diz ele.
Enquanto isso, os gerentes de nível médio se esforçam para atingir suas próprias metas de desempenho, à medida que emprestam a equipe de TI a outras equipes. "Eles estão distribuindo sua capacidade, mas não mudamos como os medimos, mas ainda os responsabilizamos pelos seus próprios resultados e pelos projetos que eles têm" para concluir. “As descrições e funções do trabalho não estão alinhadas com esse senso de colaboração. As estruturas de gerenciamento de desempenho contradizem esses objetivos ”, diz ele.

Como salvar o barco

Reparar a disfunção da TI começa por garantir que todos - não apenas o departamento de TI, mas toda a organização - estejam alinhados com os objetivos da empresa. Tudo começa com a liderança, diz Haindl. "É preciso haver uma visão clara, um entendimento claro das principais prioridades estratégicas da sua empresa."
No departamento de TI, o alinhamento continua definindo uma visão clara e concisa e uma estratégia de desempenho para a equipe. "Tenha um ponto de vista ensinável que seja conciso e simples", diz Mehta.
Com esses princípios fundamentais em vigor, você pode começar a aprimorar seu departamento de TI e determinar como seus recursos de TI apoiarão e executarão esses objetivos, diz Haindl. Para dar um passo adiante, procure promover um ambiente que promova a colaboração perfeita, acrescenta Haindl. "Um departamento de TI que abraça confiança, transparência e comunicação aberta estará bem posicionado para superar praticamente qualquer desafio e fornecer resultados verdadeiramente significativos para os seus negócios".
Os CIOs desempenham um papel único na tradução do valor de um departamento de TI para seus colegas de negócios. Para corrigir a disfunção do desligamento do departamento de TI dos negócios, o CIO deve envolver seus colegas de negócios e aprender suas operações, objetivos principais e ajudar a iniciar o diálogo sobre como a tecnologia pode avançar em seus objetivos. Ao mesmo tempo, o CIO deve trabalhar para criar uma cultura de engajamento dentro do departamento de TI. Deve haver conexões claras entre projetos de TI e resultados de negócios. A equipe de TI deve considerar sua função de servir seus clientes e não simplesmente manter aplicativos e infraestrutura.
Por fim, a equipe de TI deve ser desenvolvida com as habilidades não técnicas esperadas no departamento de TI moderno. Isso incluiria falar em público, comunicações interpessoais e atendimento ao cliente.