sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Verbete Draft: o que é Desenvolvedor Full Stack

 - 30 de agosto de 2017

Não basta ser geek, é preciso ser criativo também. Entenda que profissão é essa, que já desbancou a de Cientista da Computação entre aquelas com mais ofertas de vaga nos EUA. (imagem: reprodução hackerearth).

Continuamos a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é…
DESENVOLVEDOR FULL STACK
O que acham que é: Uma nova linguagem de programação.
O que realmente é: Desenvolvedor Full Stack (Full Stack Developer ou Full Stacker) é o profissional da área de tecnologia que trabalha tanto com back-end (código da lógica de negócio da aplicação, cuja linguagem inclui C#, DELPHI, PHP e Pyton, entre outros) quanto com front-end (camada de visualização da aplicação, que usa linguagens como Javascript, CSS e HTML).
A definição acima parece pegadinha para quem não manja de “tecnologês”, mas fica mais fácil de entender se colocada em outras palavras: back-end (ou server-side) é a linguagem feita para os servidores (os mega computadores que hospedam conteúdo) e escrita em códigos. Já front-end (ou client-side) é a interface gráfica utilizada pelo usuário comum: os navegadores (browsers). Stack (pilha, em inglês) refere-se à disposição — empilhada — das tecnologias das linguagens de cada área.
Apesar de back-end e front-end serem interdependentes, é mais comum encontrar desenvolvedores especializados em cada uma das áreas separadamente, assim como empresas com equipes para cada domínio. O Desenvolvedor Full Stack se destaca por ser capaz de realizar o desenvolvimento completo do sistema, de ponta a ponta. Brincando, pode-se dizer que o Full Stacker é um misto de geek com criativo — aqui, cabe esclarecer que entender de front-end vai além do webdesign, pois envolve também programação e domínio de aplicações.
Na lista The Best Jobs in the United States: 2017, do site de carreiras Indeed.com, a profissão de Desenvolvedor Full Stack está em primeiro lugar, com a maior oferta de vagas postadas em 2016 e maior aumento de percentual de vagas de 2013 para cá. Ela bate, pela primeira vez, a profissão de cientista da computação, que vai para o segundo lugar (embora nesta o salário ainda seja ligeiramente mais alto) depois de dois anos consecutivos na liderança. Já na Developer Survey Results 2017, da comunidade de desenvolvedores Stack Overflow, a maioria dos desenvolvedores (63.7%) afirma ser Full Stacker.
Quem inventou: Não existe um inventor.
Quando foi inventado: No finzinho dos anos 1990, com o surgimento da internet (era Web 1.0), embora venha ganhando destaque nos últimos tempos.
Para que serve: Para conectar front-end com back-end em um projeto, tendo noção de todo o fluxo de operação do sistema, e para antecipar e evitar problemas. Segundo Luciano Soares, professor de engenharia da computação do Insper, o Full Stacker é, geralmente, um desenvolvedor mais experiente que consegue ter uma visão ampla de um projeto de web: “Embora não conheça a fundo as partes, ele faz algo importante, que é conectá-las. Um projeto pode ter um front-end maravilhoso mas, sem a conexão adequada com as funcionalidades do back-end, pode não funcionar”.
Henrique Dezani, professor de programação da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) de São José do Rio Preto (SP), diz que as empresas que contratam Full Stackers reduzem equipes e custos, já que o desenvolvimento completo do sistema fica a cargo de uma única pessoa. “Já do ponto de vista do profissional, esse desenvolvedor tem mais chances no mercado de trabalho atual, que é cada vez mais dinâmico”, diz.
Quem usa: Empresas, instituições, pessoas etc. que necessitam de serviços de desenvolvedores, em geral.
Soares acredita que qualquer empresa que deseje disponibilizar um sistema web sozinha precisa de pelo menos um Full Stacker. “Hoje, os provedores de cloud facilitam muito a vida de quem deseja colocar um serviço web no ar, mas mesmo um provedor como a Amazon tem ferramentas que não são tão simples. Assim, ter alguém que conheça a integração dessa parte até a aplicação final é extremamente recomendado para um projeto web completo”, afirma.
Efeitos colaterais: Possibilidade de pouco aprofundamento em cada linguagem de back e front-end.
Soares fala que muitas vezes o Desenvolvedor Full Stacker tem uma visão superficial, o que pode ser um problema pois, cedo ou tarde, serão necessárias especializações. “Dependendo do projeto é recomendado ter também alguns profissionais mais especializados.”
Quem é contra: Há uma série de críticos à profissão. Muitos defendem que dominar ambas as áreas era apenas possível na era da Web 1.0, quando havia bem menos tecnologias disponíveis e, portanto, pouco a dominar. Hoje, elas não apenas são dezenas como crescem em uma velocidade muito rápida e são cada vez mais complexas. O argumento é a necessidade de profissionais especializados em cada uma delas.
Para saber mais:
1) Leia, no Sitepoint, Being a Full Stack Developer. No texto, o autor lista cada uma das tecnologias que tanto back-end como front-end demandam, criando um embasamento crítico ao profissional que domina ambas (e, segundo ele, talvez não domine completamente nenhuma).
2) Leia, no TechCrunch, The Rise And Fall Of The Full Stack Developer. O texto começa explicando a profissão desde antes da criação da internet e defende que, em função da tecnologia exponencial, o profissional, agora, deve se um Full Stack Integrator.

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