sábado, 1 de abril de 2017

[Mulheres da Ciência] Ada Lovelace, a primeira programadora do mundo

Em 13/03/2017 no site Lambda3

A Lambda3 acredita que o Dia Internacional da Mulher deve ser representado como um momento de reflexão sobre as atitudes das pessoas – independente do gênero e o que podemos fazer de diferente para conquistar mais espaço e igualdade no tratamento dentro da sociedade. Durante esse mês iremos publicar um pedacinho da história de mulheres com um grande papel na ciência e na sociedade, que são exemplos de luta, superação e conquistas pela igualdade. Hoje falaremos um pouco sobre Ada Lovelace.
Ada Augusta King, Condessa de Lovelace nasceu em 10 de dezembro de 1815 no Reino Unido. Atualmente conhecida como Ada Lovelace era filha de Lorde Byron, a única filha legítima do escritor com sua esposa Anne Isabella.
George Byron esperava ser pai de um menino e ficou desapontado quando sua esposa deu à luz uma menina. Augusta recebeu esse nome por causa da meia-irmã de Byron, Augusta Leigh, e foi chamada de “Ada” pelo próprio pai. Pouco mais de um mês após seu nascimento, os pais de Ada se separaram a pedido de seu pai. Apesar de na época a lei inglesa favorecer o pai com a custódia total dos filhos, Byron não reinvidicou seus direitos, apenas pediu para ser informado sobre o bem estar da filha. Por conta da separação conturbada, Byron nunca mais a viu e ele morreu em em 1824, quando Ada tinha apenas oito anos de idade e ela não tinha permissão de ver um retrato de seu pai até completar vinte anos. Ada casou-se, aos 20 anos com William Lord King. King foi nomeado Conde de Lovelace in 1838, e Ada tornou-se Lady Lovelace.
Considerada a primeira programadora do mundo, Ada é reconhecida por ter escrito o primeiro algoritmo para ser processado por uma maquina, a máquina analítica de Charles Babbage (professor e inventor). Durante o envolvimento com esse projeto, ela desenvolveu os algoritmos que permitiriam à máquina computar os valores de funções matemáticas, além de publicar uma coleção de notas sobre a máquina analítica. Ela também desenvolveu uma visão sobre a capacidade dos computadores de irem além do mero cálculo ou processamento de números, enquanto outros, incluindo o próprio Babbage focavam apenas nessas capacidades. Sua mentalidade da “ciência poética” a levou a fazer perguntas sobre a Máquina Analítica e a examinar como os indivíduos e a sociedade se relacionam com a tecnologia como uma ferramenta de colaboração. Ada morreu aos 36 anos, vítima de um câncer no útero.
Os estudos Babbage e Lovelace permaneceram quase esquecidos, até que as anotações dela foram republicadas e se tornaram essenciais para inspirar o trabalho de Alan Turing sobre os primeiros computadores modernos na década de 1940.
Tentando realizar um sonho de uma linguagem universal, reunindo vários personagens desde a sua gestação até a sua publicação, após diversas propostas de desenvolvimento, várias revisões de especificações, em 1982, em homenagem a Condessa Ada Lovelace, surgiu Ada®, uma linguagem de programação patrocinada pelo Departamento de Defesa dos EUA, que teve uma base de Cobol e Basic e que anos mais tarde serviria de base para o Ruby.

[Mulheres da Ciência] Grace Hopper, uma pessoa a frente do seu tempo

Em 31/03/2017 no site Lambda3 

A Lambda3 acredita que o Dia Internacional da Mulher deve ser representado como um momento de reflexão sobre as atitudes das pessoas – independente do gênero e o que podemos fazer de diferente para conquistar mais espaço e igualdade no tratamento dentro da sociedade.
Estamos quase ao fim da série Mulheres da Ciência e hoje falaremos um pouco sobre Grace Hopper.
Grace Murray Hopper nasceu em 9 de dezembro de 1906 em Nova Iorque foi uma analista de sistemas da Marinha nos Estados Unidos nas décadas de 1940 e 1950 e almirante. Era a irmã mais velha de três irmãos e sempre foi uma criança curiosa, um traço que a marcou pela vida. Ao sete anos ela decidiu descobrir como funcionava um despertador e então resolveu desmontar sete despertadores.
Em 1928 se graduou como bacharel em Matemática e Física e dois anos depois concluiu um mestrado na Yale University, onde também conquistou o título de Ph.D em Matemática. Em 1931 começou a lecionar Matemática no Vassar e dez anos depois foi promovida a professora associada.
Durante sua licença de Vassar em 1943 – Grace que foi uma das varias mulheres a se voluntariar no WAVES (Women Accepted for Volunteer Emergency Service) –  foi empossada na Marinha dos Estados Unidos. Por estar abaixo do peso minimo exigido pela Marinha (54 kg) ela precisou de uma autorização excepcional para se alistar.
Se apresentou em Dezembro do mesmo ano para realizar o treinamento na Escola Naval Reserve Midshipmen’s do Smith College em Northampton, Massachusetts. Em 1944 se formou como a primeira da turma e foi designada para a Bureau of Ships Computation Project da Havard University como Tenente Junior.
Serviu na equipe de programação do projeto Mark I, também conhecido como a Calculadora Automática Controlada por Sequencia, e durante esse período solicitou transferência para a Marinha regular no final da Segunda Guerra Mundial. O pedido foi recusado devido a sua idade (38 anos) e então ela continuou servindo na Reserva da Marinha permanecendo no Laboratório de Computação de Harvard até 1949, recusando uma cátedra em Vassar para trabalhar como pesquisadora num contrato da Marinha na Harvard.
Ainda em 1949 Grace se tornou parte da corporação Eckert-Mauchly Computer como matemática sênior e compôs a equipe de desenvolvimento UNIVAC I (primeiro computador comercial fabricado e comercializado nos Estados Unidos). No inicio dos anos 1950 a empresa para a qual trabalhava foi incorporada pela empresa Remington Rand e nesse período desenvolveu seu compilador, que ficou conhecido como O COMPILADOR e sua primeira versão foi em A-0 (Arithmetic Language version 0, primeiro compilador desenvolvido para um computador eletrônico).
Em 1954 Grace foi nomeada a primeira diretora de programação automática onde foram criadas algumas das primeiras linguagens de programação baseadas em compilador, incluindo Flow-Matic que deu origem ao COBOL (Common Business- Oriented Language).  Alguns anos mais tarde, em 1966, Hopper teve de se afastar da Marinha, devido à idade, mas logo depois foi chamada de volta para ajudar com o pagamento eletrônico da folha de pagamento por um curto tempo. Mas o que a princípio seriam de 6 meses, foram convertidos em vários anos. Em 1973, Grace Hopper foi retirada da reserva e nomeada capitã. Aposentou-se da marinha em 1986, já como contra-almirante.
Entre os muitos prêmios que Grace Hopper recebeu, encontram-se mais de 40 doutorados honoris causa, a medalha de Serviço Distinto da Defesa a Medalha Nacional de Tecnologia, e um destróier da Marinha americana leva seu nome: USS Hopper (DDG -70) .
Desde 1971 é entregado o Prêmio Grace Murray Hopper pela ACM (Association for Computer Machinery). Entre os vencedores incluem nomes famosos do computador moderno como Donald Knuth (primeiro prêmio, 1971), Stephen Wozniak (1979) e o Richard Stallman (1990).E desde 1994 (e, anualmente, desde 2006) é realizada em sua honra o Congresso Grace Hopper Celebration of Women in Computing .
Ela faleceu em 1 de janeiro de 1992, aos 85 anos de idade. Definitivamente uma mulher extremamente interessante, uma pessoa à frente de seu tempo e um cientista determinada que a informática deve muito do que é hoje.